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Da fila de espera à cirurgia: entenda como é feito o transplante de córnea

Entender como é feito o transplante de córnea ajuda pacientes e familiares que enfrentam problemas de visão causados por lesões ou doenças nessa estrutura ocular.

Para muitos, a cirurgia representa a esperança de enxergar novamente com clareza, seja após anos de visão embaçada ou mesmo diante do risco de cegueira.

Se é o seu caso ou de algum familiar/amigo próximo, prepare-se para entender aqui quando o transplante é recomendado, como se consegue uma córnea doada e os diferentes tipos de procedimentos disponíveis.

Além disso, vamos apresentar a você como a cirurgia é realizada, os riscos envolvidos e o que esperar durante a recuperação.

Deste modo, com informações claras e precisas, fica mais fácil compreender cada passo de como é feito o transplante de córnea, um processo que transforma vidas.

Quando o transplante de córnea é recomendado?

O transplante de córnea é recomendado, principalmente, em casos de:

  • ceratocone: deformação e afinamento progressivo da córnea
  • ceratopatia bolhosa: inchaço corneano após cirurgias oculares
  • distrofias da córnea: alterações hereditárias que causam opacificação
  • doenças autoimunes: reações que podem comprometer a córnea
  • infecções oculares: danos causados por bactérias, vírus ou fungos
  • opacidades da córnea: cicatrizes que prejudicam a transparência
  • traumatismos e queimaduras: lesões graves por acidentes ou produtos químicos.

Como conseguir uma córnea para o transplante?

Quando um paciente é indicado para o transplante de córnea, ele é cadastrado em uma lista de espera e recebe um Registro Geral de Cadastro de Transplante (RGCT), que permite acompanhar sua posição.

A fila segue ordem cronológica, exceto em casos prioritários, como emergências médicas previstas nas regras do SNT.

Todo esse controle e distribuição de córneas é coordenada pelo Sistema Nacional de Transplantes (SNT), órgão vinculado ao Ministério da Saúde.

As córneas doadas são processadas por Bancos de Olhos, que avaliam, preservam e distribuem o tecido.

Em 2023, mais de 25 mil pessoas aguardavam por um transplante no país – número que dobrou desde 2019, de acordo com o SNT (Sistema Nacional de Transplantes), do Ministério da Saúde.

Apesar da alta demanda, cerca de 10 mil cirurgias foram realizadas até agosto de 2023.

E dados mais completos mostram que a maioria dos receptores têm entre 20 e 69 anos, mas idosos e crianças também dependem desse procedimento para recuperar a visão.

Tipos de transplante de córnea

Para entender como é feito o transplante de córnea, antes é preciso saber os tipos de transplante disponíveis, que são: ceratoplastia penetrante, ceratoplastia tectônica, ceratoplastia lamelar e ceratoplastia lamelar.

Ceratoplastia penetrante

Na ceratoplastia penetrante, toda a espessura da córnea comprometida é retirada e substituída por uma córnea saudável doada, moldada no tamanho ideal.

Em seguida, a nova córnea é fixada ao olho do paciente com suturas delicadas.

Esse é o tipo mais tradicional de como é feito o transplante de córnea e é indicado quando há danos que afetam todas as camadas da córnea.

Embora seja eficaz, apresenta maior risco de rejeição e demanda um tempo de recuperação mais prolongado.

Ceratoplastia tectônica

A ceratoplastia tectônica é semelhante à penetrante, mas geralmente realizada em caráter emergencial.

Ou seja, é indicada para tratar lesões graves, como perfurações ou traumas extensos na córnea.

Nela, o formato e a dimensão do enxerto variam conforme a necessidade clínica do paciente.

Ceratoplastia lamelar

Na ceratoplastia lamelar, somente parte da espessura da córnea é substituída, o que preserva as camadas saudáveis do paciente.

Quanto a esse procedimento, quando falamos sobre como é feito o transplante de córnea, a escolha da camada a ser transplantada depende da doença ocular, sendo a técnica DALK (ceratoplastia lamelar anterior profunda) a mais comum.

Frequentemente indicada para casos de ceratocone ou cicatrizes, essa técnica reduz o risco de rejeição e infecção.

Além disso, proporciona uma recuperação visual mais rápida e eficiente.

Ceratoplastia endotelial

A ceratoplastia endotelial consiste na substituição exclusiva da camada mais interna da córnea, chamada endotélio.

É indicada quando apenas essa região está comprometida, como em certas distrofias ou descompensações após cirurgia de catarata.

Ao abordarmos como é feito o transplante de córnea, ressaltamos que esse método, em especial, é menos invasivo, não exige pontos e favorece uma recuperação mais rápida, com menor risco de rejeição.

Aqui, a técnica mais utilizada é a DMEK (ceratoplastia endotelial da membrana de Descemet), conhecida pela precisão e bons resultados.

Como é feito o transplante de córnea?

O transplante de córnea é realizado sob microscópio cirúrgico, que garante máxima precisão.

Desta forma, o primeiro passo de como é feito o transplante de córnea envolve a remoção da córnea danificada com um instrumento circular chamado trépano, que faz um corte preciso na área central.

Em seguida, um fragmento de tamanho equivalente, retirado da córnea do doador, é cuidadosamente posicionado e fixado com fios de nylon ultrafinos.

Se o paciente tiver catarata (opacificação do cristalino), há chances de removê-la na mesma cirurgia, com a implantação de uma lente intraocular.

Caso uma lente já implantada esteja mal posicionada e danificando a córnea, costuma ser substituída durante o procedimento.

Ao final do procedimento de como é feito o transplante de córnea, um curativo protetor é colocado para evitar infecções e traumas no pós-operatório.

Quanto tempo demora uma cirurgia de transplante de córnea?

O procedimento geralmente leva cerca de 1 hora, mas o tempo costuma variar conforme a técnica utilizada.

Embora seja uma cirurgia relativamente curta, o preparo pré-operatório e os cuidados pós-cirurgia é comum exigir algumas horas no hospital.

Qual o risco do transplante de córnea?

Apesar de ser um procedimento seguro, o transplante de córnea apresenta alguns riscos, sendo os principais:

  • astigmatismo irregular: pontos cirúrgicos tem chance de deformar a córnea, o que prejudica a visão, além da chance de exigir ajuste ou lentes especiais;
  • descolamento do enxerto: risco principalmente nas técnicas endoteliais, quando a camada transplantada não adere bem;
  • falência primária do enxerto: córnea doada permanece opaca desde o início, requer nova cirurgia, algo mais comum em doadores idosos;
  • glaucoma secundário: aumento da pressão ocular devido ao uso de corticoides, o que precisa de monitoramento;
  • infecções pós-operatórias: podem ocorrer nos primeiros meses e exigem tratamento rápido para evitar danos;
  • recidiva da doença original: condições como ceratocone geralmente afetam novamente o tecido transplantado;
  • rejeição do enxerto: inflamação causada por reação imunológica, com vermelhidão, dor e piora da visão, o que ocorre em 10-20% e responde a colírios.

Como fica o olho depois de um transplante de córnea?

Após o transplante, o olho fica protegido por curativo e protetor plástico, portanto, o paciente geralmente sente um desconforto leve.

Após o procedimento, também é comum usar colírios para prevenir infecções e controlar a inflamação durante a recuperação.

A visão melhora gradualmente com o tempo.

No CEMA Hospital, nossos oftalmologistas especializados garantem um acompanhamento seguro e eficaz no pós-transplante de córnea.

Conte com nossa equipe para cuidar da sua visão com precisão e atenção.

Conclusão

Hoje mostramos a você como é feito o transplante de córnea, um procedimento que devolve a visão e a qualidade de vida a pacientes com doenças como ceratocone, infecções graves ou lesões corneanas.

Como vimos, existem diferentes técnicas, como penetrante, lamelar e endotelial, cada uma indicada para casos específicos.

Embora apresente riscos, como rejeição ou infecção, a cirurgia tem altas taxas de sucesso quando acompanhada adequadamente.

E aqui, no CEMA Hospital, contamos com oftalmologistas especializados e tecnologia avançada para realizar transplantes de córnea com segurança e precisão.

Então, se você ou alguém próximo precisa desse procedimento, agende uma consulta e descubra a ajuda que faltava para recuperar sua visão.

Sua saúde ocular merece o melhor cuidado!

 

Data de Publicação : 05/08/2025
Autor de Publicação : Cema Hospital