Retinopatia, DMRI e descolamento estão entre os principais problemas de retina
Especialista do Hospital CEMA explica o que é cada uma dessas doenças e quais as formas de tratamento e prevenção
Por trás de algo que parece tão simples: abrir os olhos e enxergar, há um longo processo envolvido. A visão humana é complexa e uma das partes essenciais nessa estrutura é a retina. Ela é um tecido neurológico, que cobre a parte interna do olho, e é responsável por transformar estímulos luminosos em impulsos elétricos para que o cérebro interprete essas imagens. Quando há uma alteração na retina, problemas graves podem ocorrer, entre eles a perda de visão.
Abaixo o oftalmologista do Hospital CEMA, Antônio Sérgio Franca Neves, lista as principais doenças que acometem a retina, quais os principais tratamentos e formas de prevenção.
Retinopatia Diabética
Presente em até 40% dos diabéticos, a retinopatia diabética ocorre, especialmente, nos casos de pessoas que tem diabetes há muito tempo ou sofrem com um quadro crônico de descompensação de glicemia. Ela ocorre quando o desequilibro dos índices glicêmicos provoca alterações na rede vascular da retina tornando-a incapaz de exercer sua principal função, que é de transformar estímulos luminosos em impulsos elétricos no sistema nervoso. Quando não tratada, pode levar a cegueira irreversível.
“Normalmente, é uma doença silenciosa. Os sintomas ocorrem quando afetam a região central, causando baixa acuidade visual progressiva. Em estágios avançados, há presença de manchas ou escurecimento súbito da visão, secundários à hemorragia e o descolamento tracional da retina”, explica o oftalmologista do Hospital CEMA. Entre as opções de tratamento estão a injeção intravítrea de antiangiogênicos, administração de injeções de anti-inflamatórios, fotocoagulação a laser e vitrectomia. A prevenção da retinopatia se dá com o controle dos níveis glicêmicos e acompanhamento oftalmológico constante.
A Degeneração Macular Relacionada à Idade (DMRI)
É uma doença que provoca lesão na mácula, região posterior central e mais importante da retina, responsável pela visão detalhada. Ela afeta, principalmente, idosos, sendo a causa mais comum de cegueira irreversível acima dos 50 anos. O principal fator de risco é o envelhecimento e a predisposição genética. “Com a idade, as pessoas começam a apresentar alterações nessa região da mácula, que se traduzem como pequenas manchas amareladas conhecidas como drusas. Nos estágios iniciais, a doença, muitas vezes, não apresenta qualquer sintoma, mas com o avançar da patologia, pode trazer alterações limitantes para tarefas cotidianas”, explica o oftalmologista.
A DMRI apresenta duas formas: a seca e a úmida. Na forma seca, a doença evolui, geralmente, de forma lenta. Não existe um tratamento específico, nesse caso, embora algumas medidas possam impedir a progressão da doença. Já na forma úmida, a evolução ocorre de maneira mais aguda e severa, e o tratamento é feito à base de injeções intraoculares, com bons resultados, quando indicados precocemente.
“É extremamente importante que façamos um controle e monitoramento constante junto a um oftalmologista experiente, de preferência especialista em retina para os pacientes já diagnosticados, e avaliação rotineira para a população suscetível, especialmente os idosos”, detalha o médico.
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Descolamento de retina
O descolamento de retina é uma doença grave, que afeta o tecido neurológico interno do olho, levando a separação de suas camadas, diminuindo assim a nutrição da chamada retina neurossensorial, provocando neurodegeneração e baixa visão. Existem classificações quanto as suas causas, sendo o tipo mais agudo e emergencial, secundário a uma rotura ou rasgo na retina.
Os sintomas desse tipo de descolamento podem variar, com sinais prévios de pontos pretos flutuantes, que se movem ao movimento dos olhos (chamadas de “moscas volantes”), percepção de flashes de luz, que normalmente tem início súbito, assim como manchas no campo visual ou perda súbita de visão.
O tratamento do descolamento de retina é cirúrgico e dever ser realizado o mais breve possível. As técnicas para o tratamento cirúrgico são diversas, sendo utilizadas de acordo com a experiência do cirurgião e os achados do exame clínico oftalmológico prévio.
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Antônio Sérgio Franca Neves – oftalmologista do Hospital CEMA - CRM 115438