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Saiba por que coçar os olhos pode ser prejudicial à saúde

O hábito aparentemente inofensivo de coçar os olhos com frequência pode esconder um problema sério de visão: o Ceratocone. Apesar de não haver comprovação direta, a pressão que o dedo faz nos olhos pode comprometer a estrutura ocular e colaborar no desenvolvimento mais rápido da doença. Pouco conhecido da população, esse distúrbio é caracterizado pelo afinamento e deformação progressiva da córnea, estrutura transparente que protege o olho e ajuda na focalização das imagens.  “Essa distorção leva ao aparecimento de miopia e astigmatismo irregular e acentuada baixa da acuidade visual”, explica o oftalmologista do Hospital CEMA, Omar Assae.

A córnea de uma pessoa com Ceratocone possui aumento irregular da curvatura, em formato de cone. A enfermidade acomete, geralmente, os dois olhos, e possui incidência que varia de 4 a 600 casos por 100.000 indivíduos. “O aparecimento mais comum ocorre na puberdade, geralmente entre os 13 e 18 anos. Após uma progressão que dura de 6 a 8 anos, a doença estabiliza”, explica o médico. Apesar de possuir um componente genético importante, pode acometer pessoas que não têm histórico familiar relacionado.

O principal sintoma é o embaçamento e distorção da visão. A piora da miopia ou do astigmatismo e a troca constante dos óculos ou lentes podem indicar Ceratocone. No entanto, somente a avaliação detalhada mostrará se há relação ou não. “O ideal é sempre investigar essas alterações através de exames como a topografia corneana”, recomenda o especialista. Esse exame avalia a curvatura da córnea e ajuda no diagnóstico, em fase inicial. Além deste, outros testes como a tomografia e o estudo biomecânico auxiliam o médico a avaliar o caso.

Uma vez diagnosticada a doença, a principal forma de tratamento é a utilização de óculos ou lentes de contato (dependendo do grau do distúrbio). Caso o Ceratocone não melhore com o uso destes acessórios, o médico pode indicar o Cross-link, que consiste na aplicação de vitamina, associada a raios ultravioletas para aumentar a resistência da córnea. Outra possibilidade é a implantação com anéis de Ferrara, técnica cirúrgica de implantação de um meio anel feito de material rígido na estrutura ocular. Se nenhum desses procedimentos der resultado ou o distúrbio estiver em estágio avançado, o paciente é indicado para o transplante de córnea. Uma das maiores causas desse tipo de transplante é justamente o Ceratocone.

No entanto, é importante ressaltar que raramente a doença leva à cegueira. “Caso a pessoa não trate o problema, terá como sintoma mais grave a baixa de acuidade visual progressiva”, alerta o médico. Apesar de não haver prevenção para o Ceratocone, a principal recomendação é fazer uma avaliação frequente da saúde ocular, caso exista histórico na família. O uso incorreto de lentes de contato e o já mencionado hábito de coçar os olhos também podem acelerar a progressão da doença.


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Data de Publicação : 27/11/2014