Defesa do corpo humano
A tosse está presente na vida das pessoas por diferentes motivos. É um reflexo do aparelho respiratório contra um corpo estranho ou secreção que poderia chegar ao nível dos pulmões ou uma consequência de um processo irritativo.
Se estiver presente por até duas semanas, é considerada aguda, enquanto um quadro persistente (a partir da terceira semana) é nomeado crônico. Além disso, é classificada entre produtiva (com expectoração) ou não produtiva (seca).
“Na tosse com expectoração, existe catarro e é chamada de tosse produtiva. Essa secreção é produzida pelas vias aéreas e, em geral, é clara. Mas se existir uma infecção, pode ser amarelada. Na tosse seca, não existe expectoração e, normalmente, ocorre nos processos alérgicos e quando há irritação residual das vias aéreas após infecção ou quando ocorre exposição à fumaça e às substâncias químicas ou na aspiração de corpo estranho”, explica a otorrinolaringologista, Dra. Estelita Betti (CRM 42899 / RQE 55204).
SE A TOSSE ESTIVER PRESENTE POR ATÉ DUAS SEMANAS, É CONSIDERADA AGUDA, ENQUANTO UM
QUADRO PERSISTENTE (A PARTIR DA TERCEIRA SEMANA) É NOMEADO CRÔNICO. ALÉM DISSO,
É CLASSIFICADA ENTRE PRODUTIVA (COM EXPECTORAÇÃO) OU NÃO PRODUTIVA (SECA)
COMO AJUDAR A CURAR A TOSSE
• Hidratação (1,5 litros a 2 litros de água/dia), bem como bebidas quentes (chás) com mel.
• Evitar a boca seca, pois a saliva ajuda a limpar a garganta.
• Umidificar os cômodos.
• Evitar contato com o ar condicionado direto e mudanças de temperatura drásticas.
• Reduzir a quantidade de fumo e evitarcontato com a fumaça de cigarro.
• Alimentar-se bem: dar preferência às frutas e aos legumes para reformar o sistema imunológico.
• Lavar as mãos com frequência para evitar a transmissão de microrganismos susceptíveis (bactérias, vírus).
• Respirar pelo nariz, pois além de aquecer o ar, é um excelente filtro de bactérias e de outros irritantes nocivos. Caso a tosse não seja evitada, a hidratação auxilia a cessá-la. A nebulização com soro fisiológico é uma boa maneira de acabar com os sintomas do paciente, assim como medicamentos para tosse. “Os medicamentos variam de acordo com a causa da tosse. Em alguns casos pode ser necessário associar antibióticos, corticoides ou mesmo tratamento para o estômago ou asma. A inalação com soro fisiológico ajuda em todos os casos e não causa mal”, diz a pneumologista, Dra. Elnara Márcia Negri.
Por isso, entender a causa da tosse é um dos passos mais importantes do tratamento. “Ela tem de ser separada em processos alérgicos e infecciosos. Há, também, aquelas que não provêm das vias respiratórias, como por refluxo ou pós-medicamentos”, pontua o otorrinolaringologista do Hospital CEMA, Dr. Cícero Matsuyama.
Entre as principais causas infecciosas, estão os resfriados e gripes que, se não cuidados, têm chance de tornar-se uma infecção bacteriana.
PASTILHAS X XAROPES
Pastilhas
• Forma sólida.
• Uso tópico.
• Indicadas para alívio local de alguma irritação e/ou inflamação.
• Auxiliam em crises agudas de tosse, contendo o incômodo e desconforto.
• Contêm um ou mais princípios ativos, em base adocicada e com sabor.
• Diabéticos devem se medicar com versão sem açúcar.
Xaropes
• Forma líquida.
• Ação sistêmica (periférica ou em nível central).
• Efeito mais duradouro.
• Mais indicados para uso pediátrico ou indivíduos que tenham dificuldade de deglutir formas sólidas.
• Duas funções: para tosse com expectoração ou seca.
• Diabéticos devem se medicar com versão sem açúcar.
Pomada
• Uso tópico – produto parecido com um creme que ao ser passado nas costas, pescoço e peito ajuda nos sintomas da tosse.
• Funciona a partir dos vapores que, ao serem inalados, aliviam a tosse e a congestão nasal.
• Pode ser usada por diabéticos.
Nesse caso, a secreção passa do branco para esverdeada ou acastanhada e a tosse começa a ser mais frequente. Já a tosse alérgica tende a ocorrer de maneira súbita ao contato do alergênico, como pó ou pólen.
As alergias ocorrem com maior incidência entre as estações (outono e primavera), de acordo com o Dr. Matsuyama. A mudança climática é um dos responsáveis pelo aumento de casos de rinite, sinusite e doenças virais. No outono, a diminuição de quantidade de chuva e o frio deixam as pessoas mais propensas a ter alergias.
De acordo com a pneumologista, Dra. Elnara Márcia Negri, algumas das outras causas que acometem a tosse contínua. “Em alguns casos, a tosse seca está associada a tumores, problemas cardíacos e mais comumente a refluxo gastroesofágico e asma. A tosse com secreção é mais comumente vista em quadros de infecção bacteriana ou microbacteriana, mas esta regra não é obrigatória e os quadros, às vezes, se misturam.”
OS DIFERENTES XAROPES
Para tosse seca: agem em nível central ou periférico sobre células liberadores de mediadores pró-inflamatórios (opioides e anti-histamínicos) com o intuito de aliviar o incômodo do paciente, em especial à noite.
Para tosse com secreção: os fármacos mucolíticos e expectorantes têm ação sobre o sistema mucociliar e auxiliam na expectoração da secreção, ao reduzir a viscosidade e a consistência do muco, ao aumentar a secreção aquosa pelas glândulas, intensificando o volume de secreção e promovendo a limpeza mucociliar e, por fim, estimulando o reflexo da tosse.
Apesar de ser presença constante em doenças que não preocupam tanto, um quadro de tosse torna-se um problema caso outros sintomas venham junto. A Dra. Estelita cita algumas patologias mais graves.
“Tosse com perda de peso, febre baixa que não cede e catarro constante são suspeitas de tuberculose. Se houver febre, nariz escorrendo e esforço grande para tossir, são sintomas de coqueluche. E tosse persistente sem melhora pode ser câncer de pulmão ou doença cardíaca.”
Evitar crises de tosse depende diretamente da causa do sintoma. Ou seja, o primeiro passo é descobrir qual doença está ligada à tosse. “Nos fumantes, parar de fumar é sempre a forma mais eficaz. A tosse associada a gripes e resfriados é aliviada com limpeza nasal e soro fisiológico e ingestão de bastante água. Mel e limão também ajudam”, afirma a Dra. Elnara.
O especialista do Hospital CEMA complementa as informações, citando a importância de sempre se hidratar muito bem, evitar o contágio de secreções providas de outras pessoas, lavar bem as mãos com água e sabão ou álcool em gel antes de se alimentar.