Síndrome do olho seco: do desconforto à prevenção
A síndrome do olho seco é uma condição que muitos só descobrem depois de meses (ou anos) de desconforto.
A sensação é de areia nos olhos, ardência constante e visão embaçada que melhora ao piscar.
Quem sente esses sintomas nem sempre imagina que há um nome por trás deles. E pior: não sabe que ignorá-los traz consequências graves.
Mas afinal, por que isso acontece? Quais são os verdadeiros riscos? E, principalmente, como aliviar os sintomas e proteger os olhos?
A seguir, respondemos essas perguntas, além de apresentarmos a você as causas da síndrome do olho seco, como envelhecimento, hormônios e até o uso excessivo de telas, bem como falaremos de tratamentos disponíveis e a hora de procurar um médico.
O que é a síndrome do olho seco?
A síndrome do olho seco é uma condição em que os olhos não produzem lágrimas suficientes ou estas evaporam rápido, o que causa ressecamento e irritação.
No Brasil, 12,8% da população sofre com o problema, especialmente mulheres e idosos, segundo o DEWS II (Dry Eye Workshop Society).
Um exemplo típico é um idoso que sente os olhos pesados ao assistir televisão, algo que faz com que ele os feche com frequência para aliviar o desconforto.
Olho seco pode causar cegueira?
Sim, o olho seco pode, em casos não tratados, levar a complicações sérias e até mesmo resultar em cegueira, embora seja uma situação mais rara.
Embora seja uma condição comum que afeta aproximadamente 18 milhões de brasileiros, a enfermidade se manifesta inicialmente com sintomas leves.
Portanto, se não receber a devida atenção e tratamento, a condição tem chance de evoluir, o que causará danos mais graves à saúde ocular e irá comprometer a visão de maneira irreversível.
Principais causas da síndrome do olho seco
As causas e fatores de risco da síndrome do olho seco vão desde idade avançada, alterações hormonais, uso excessivo de dispositivos eletrônicos, uso de medicamentos, comorbidades e falta de vitamina A.
Abaixo, esclarecemos cada um desses fatores/causas.
Idade avançada
Com o avanço da idade, as glândulas lacrimais perdem eficiência, logo, produzem menos lágrimas ou lágrimas de má qualidade.
Isso acontece porque, ao longo dos anos, o tecido ocular sofre alterações naturais, o que torna a lubrificação menos potente.
É por isso que idosos frequentemente relatam sensação de olhos secos ao ler, assistir TV ou em ambientes com ar-condicionado.
Se não tratado, o ressecamento leva a irritações crônicas e até lesões na córnea.
Alterações hormonais
Mulheres na menopausa estão entre as mais afetadas pela síndrome do olho seco devido às flutuações nos níveis de estrogênio e progesterona.
Esses hormônios influenciam diretamente a produção das lágrimas, e sua redução deixa os olhos mais vulneráveis ao ressecamento.
Além disso, gestantes e mulheres em terapia de reposição hormonal também costumam sentir os efeitos, como ardência e sensibilidade à luz.
Uso excessivo de dispositivos eletrônicos
Entre 70% e 90% da população mundial enfrenta desconfortos visuais diariamente após longos períodos de exposição às telas, de acordo com o Conselho Brasileiro de Oftalmologia.
E dos diversos problemas que o uso excessivo de telas causa, o principal é a diminuição de piscadas, que prejudica a distribuição da lágrima.
Tal redução no piscar faz com que os olhos fiquem expostos por mais tempo, o que acelera a evaporação do filme lacrimal.
Isso resulta em sintomas como visão embaçada e cansaço visual, que geralmente evoluem para ressecamento crônico se não houver pausas regulares.
Uso de medicamentos
Antidepressivos, antialérgicos, diuréticos e anticoncepcionais estão entre os remédios que levam a síndrome do olho seco.
Isso porque esses fármacos alteram o equilíbrio do sistema lacrimal e deixam os olhos mais secos e irritados.
Pacientes em tratamento contínuo devem ficar atentos a sintomas como coceira e vermelhidão, pois o uso prolongado piora o quadro.
Comorbidades
Condições como lúpus, artrite reumatoide, diabetes e blefarite estão diretamente ligadas ao olho seco.
E isso ocorre porque inflamações crônicas afetam as glândulas lacrimais ou a superfície ocular.
Portanto, pessoas com essas comorbidades devem monitorar a saúde dos olhos, já que o ressecamento tem chance de ser um sinal de agravamento da doença de base.
Falta de Vitamina A
A vitamina A é essencial para a produção de muco e lágrimas, que protegem a córnea.
Sua falta no organismo leva ao ressecamento severo, o que aumenta o risco de úlceras e infecções.
Neste sentido, uma alimentação pobre em fontes como cenoura, espinafre e ovos contribui para o problema, especialmente em populações com carências nutricionais.
Quais os sintomas da síndrome do olho seco?
Os sintomas desta síndrome envolvem:
- coceira;
- desconforto durante a leitura, ao assistir TV e no uso de computador ou celular;
- lacrimejamento excessivo (tentativa do corpo de hidratar os olhos);
- olhos vermelhos;
- queimação;
- secreção mucosa ("ramela") aumentada ao acordar;
- sensação de corpo estranho;
- visão borrada que melhora com o piscar de olhos.
Tratamentos para síndrome do olho seco
Os tratamentos para esta síndrome costumam ser:
- lágrimas artificiais e colírios para uso domiciliar, pois ajudam a prevenir a secura ocular e reduzir o desconforto;
- colírios ou anti-inflamatórios indicados em situações mais complexas;
- pausas durante atividades que exigem esforço visual, como uso do computador ou assistir TV, para evitar ressecamento excessivo;
- controle do ambiente, evitando locais com ar-condicionado e ambientes muito secos;
- compressas geladas com água mineral ou filtrada sobre os olhos para proporcionar alívio dos sintomas, especialmente em casos de incômodo significativo devido aos olhos secos.
Impactos sociais e na qualidade de vida
Esta doença afeta a saúde ocular e também tem um impacto significativo no bem-estar psicossocial e na qualidade de vida dos indivíduos afetados.
Isso porque as manifestações sintomáticas, como sensação de areia nos olhos, queimação, coceira e visão borrada, resultam em desconforto constante que interferem nas atividades diárias e no desempenho profissional.
Já o impacto psicossocial desta síndrome muitas vezes inclui sintomas emocionais, como ansiedade e frustração, decorrentes da persistência dos sintomas e da busca contínua por alívio.
A condição também limita a participação do paciente em atividades sociais, de lazer e até mesmo interferir nas relações interpessoais devido ao desconforto constante.
Além disso, as restrições nas atividades diárias, como a necessidade de fazer pausas frequentes durante o uso de dispositivos eletrônicos ou a leitura, impactam a produtividade no trabalho e comprometem a qualidade do sono.
No mais, a dificuldade em lidar com ambientes secos ou com ar-condicionado leva a uma redução na qualidade de vida, uma vez que as atividades cotidianas são moldadas pela necessidade de minimizar os sintomas.
Síndrome do olho seco tem cura?
Não, síndrome do olho seco não tem cura porque é uma condição crônica, no entanto, isso não é motivo para desespero, pois com o tratamento adequado e mudanças de hábitos, é possível controlar os sintomas e evitar complicações mais sérias, como lesões na córnea.
Então, embora não desapareça completamente, a síndrome tem chance de ser bem administrada e permite que você mantenha uma vida confortável e sem limitações visuais.
Como prevenir a síndrome do olho seco?
Alguns cuidados simples no dia a dia ajudam a evitar o ressecamento ocular e reduzir o desconforto, como:
- regular o uso de telas: a cada 20 minutos, descanse os olhos por 20 segundos, com o olhar para um ponto distante, pois isso ajuda a recuperar a lubrificação natural, já que piscamos menos ao usar celular ou computador;
- ajustar o ambiente de trabalho: posicione a tela do computador ligeiramente abaixo da linha dos olhos para reduzir a exposição da superfície ocular e, se possível, use umidificadores em locais com ar-condicionado ou clima seco;
- proteja os olhos de agentes externos: óculos de sol com proteção UV e óculos de proteção em dias ventosos evitam a evaporação rápida das lágrimas;
- mantenha hábitos saudáveis: evite o cigarro e ambientes com fumaça, que agravam a irritação ocular e, além disso, inclua alimentos ricos em ômega-3 (como peixes) e vitamina A (cenoura, ovos) na dieta para fortalecer a saúde dos olhos;
- cuide da higiene ocular: lave as pálpebras com água fria e use compressas mornas (em casos de blefarite), pois isso ajuda a manter as glândulas lacrimais em bom funcionamento.
Como é feito o diagnóstico da síndrome do olho seco?
O diagnóstico da síndrome é feito nas seguintes etapas:
- análise do filme lacrimal: avalia-se quanto tempo a lágrima protege o olho, em que menos de 10 segundos indica problema;
- aplicação de corantes: o uso de Rosa Bengala ou Lisamina Verde revelam áreas ressecadas da superfície ocular;
- histórico clínico: identifica-se doenças, medicamentos ou hábitos que influenciam a lubrificação ocular;
- teste de Schirmer: mede a produção de lágrimas com uma fita de papel, o que confirma possível deficiência lacrimal.
Quando procurar um médico para síndrome do olho seco?
É importante procurar um médico ao perceber sintomas persistentes, como:
- ardência persistente;
- vermelhidão contínua;
- sensação de areia nos olhos;
- visão embaçada;
- desconforto ao piscar.
Quanto mais cedo for feito o diagnóstico, menores são os riscos de complicações, como lesões na córnea ou perda parcial da visão.
E para um atendimento de qualidade e diagnóstico preciso, o CEMA Hospital é uma excelente opção, com profissionais experientes em saúde ocular.
Conte com os especialistas em síndrome de olho seco do CEMA Hospital e tenha tratamentos personalizados para a sua saúde ocular.
Conclusão
A síndrome do olho seco é um problema comum, mas que exige atenção.
Desde a sensação de areia nos olhos até riscos mais graves, como lesões na córnea, o desconforto afeta milhões de brasileiros, especialmente idosos e mulheres.
Como você viu por aqui, as causas são variadas, desde envelhecimento, uso excessivo de telas, medicamentos e até deficiência de vitamina A.
Felizmente, com diagnóstico preciso (como testes de Schirmer e análise do filme lacrimal) e tratamento adequado (colírios, anti-inflamatórios e ajustes no ambiente), é possível controlar os sintomas e evitar complicações.
Além disso, pequenas mudanças no dia a dia, como pausas no uso de dispositivos digitais e proteção contra vento e sol, também fazem diferença.
Se os sintomas persistirem, buscar um oftalmologista é essencial.
E no CEMA Hospital, você encontra especialistas prontos para oferecer o melhor cuidado, com garantia de saúde ocular e qualidade de vida.
Não ignore os sinais, afinal, os seus olhos merecem atenção!